Ateliê 🏡

21/07/22

 

Já fazem dois anos que me mudei, que agora tenho um espaço em casa para criar logo agora que não tenho tempo, para organizar melhor meus livros e objetos, para deixar do meu jeito. Esse espaço, um mezanino ensolarado e quentinho, que ainda está no contrapiso, pois eu queria um chão de cimento queimado que simplesmente não aconteceu, já foi bastante modificado nesses dois anos e, embora eu mostre um pouco dele no Instagram, ainda não tinha me dedicado a falar sobre ele, como já falei de outros espaços, que aconteciam basicamente dentro do meu quarto, na casa dos meus pais.



A última organização fotografada (sim, já mudou alguma coisa) foi no final de maio, e as fotos ficaram guardadas no celular, esperando "o momento certo". Só que esse momento é idealizado e pode nunca chegar, então resolvi postar nesse recesso escolar, que é quando tenho tempo de me dedicar a qualquer coisa que não seja escola. A foto acima é uma vista geral do meu canto (o outro canto é do Antonio, com o computador e as coisas dele), no meio entre as duas janelas está minha estante com livros e o sofá antigo da sala.



Durante a pandemia, experimentei outras disposições de mesas, com uma pequena escrivaninha que usava para apoiar o notebook. Mas majoritariamente, ambas as mesas ficavam de frente para as paredes, o que me dava uma sensação de bloqueio muito grande. Resolvi, então, comprar uma mesa ampla para desenho, e deixar a escrivaninha com gavetas para apoiar o computador (e a impressora também). Acabei puxando essa nova mesa mais para o meio do recinto, abrindo espaço para as ideias e formando um pequeno cenário com os livreiros atrás (um eu já tinha, os outros dois o Antonio fez para mim).



O sol que entra é maravilhoso, mas também já tenho muitos livros com a lombada desbotada, preciso sempre correr as cortinas para evitar problemas. A costela-de-adão que ficava na sala foi trazida para cá, dando vida e colorido para um ambiente sem plantas. O que tem me incomodado mesmo é esse móvel à esquerda, que era do meu antigo quarto. É uma cômoda com cara de... quarto rsrsrsrs. Mas ainda não consegui trocá-la.



Os livros desses livreiros são sobre educação, artes, livros infantis para contação de histórias e o terceiro são meus livros sobre bruxaria, paganismo e afins, além dos boxes de sagas. Como são os assuntos que mais acesso, preferi deixá-los mais à mão, mas também mais expostos, infelizmente. Dentro da estante ficaram os demais títulos, HQs, art books, livros em capa dura... E na mesa de desenho, apenas o necessário e uma ring light para dar uma forcinha na hora de desenhar.



Lembrem de ter um apoio para os pés, a coluna agradece! Essa cadeira de boteco fica aí só para os gatos sentarem, eu sempre puxo a outra cadeira quando preciso desenhar ou estudar nessa mesa. E sim, no verão isso aqui vira uma fornalha, de tão quente. Mas como é um ambiente aberto, fica impossível colocar um ar condicionado sem ter que vender a alma para a CEEE-Equatorial. Me viro no ventilador mesmo.




Alguns detalhes que amo, bem vida real, com mofo, pó acumulado e sujeira. Eu não editei nenhuma dessas fotos, só aproveitei a luz e apontei o celular. Tem furo na parede, tinta caindo, piso quebrado e quilos de poeira e rastro das patas dos meus gatos, porque sim. E é isso que faz uma casa, que faz um espaço de trabalho. Não é a perfeição, nem coisas caras ou fotografáveis, mas aquilo que dá vida e sentido ao lugar que se escolheu morar. Eu me considero extremamente privilegiada por ter um teto todo meu, um teto muito sonhado, durante tantos anos. Mas sempre faço questão de afirmar que não é o lugar, nem o material, que faz um artista, e outra coisa que tenho aprendido é que também não é a quantidade de tempo, mas sim a qualidade quando nos propusemos a criar.


Eu andei bastante afastada da escrita no blog, nos últimos meses só vinha aqui como uma espécie de repositório dos meus trabalhos, mas também é sempre bom reforçar que não, os blogs não morreram, e que espaços assim têm esse caráter quase místico de pausas e recomeços. Mas nunca de fim. Tem espaço para todo mundo, texto e imagem não vão desaparecer só porque todos estão fazendo vídeo (vide as newsletters, que voltaram com tudo). Então é nesse espaço indexado bonitinho no Google, livre da pressão dos algoritmos, que sempre voltarei para me expressar. A única coisa que mudou foi o encerramento da caixa de comentários, pois eu vinha sofrendo muito com spam. Assim que achar uma maneira de melhorar, reabro a caixa. Enquanto isso, quem quiser me mandar uma mensagem, pode usar o bom e velho e-mail, que também não morreu.


Até! 🐈

Comentários

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